
O Ministério Público da Catalunha informou nesta quarta-feira (02/03) que recorrerá ao Supremo Tribunal da Espanha contra a absolvição de Daniel Alves. O ex-jogador teve sua condenação por agressão sexual anulada pelo Tribunal de Justiça da Catalunha, que apontou “insuficiência de provas” e questionou a credibilidade do depoimento da denunciante. A decisão gerou reações na Espanha, incluindo protestos e críticas de autoridades.
Daniel Alves foi preso preventivamente em janeiro de 2023 e condenado em fevereiro de 2024 pelo Tribunal Provincial de Barcelona. Ele estava em liberdade condicional após pagar uma fiança de 1 milhão de euros (R$ 5,4 milhões na época). A sentença previa mais dois anos de cumprimento.
A decisão anulada também invalidou outros dois recursos que pediam o aumento da pena. A Promotoria Superior defendia nove anos de prisão, enquanto os representantes da denunciante solicitavam uma condenação de 12 anos.
O júri que absolveu Daniel Alves era composto por três mulheres e um homem. O juiz Manuel Álvarez apontou “lacunas, imprecisões, inconsistências e contradições” no relato da denunciante. Em nota, o Tribunal de Justiça da Catalunha afirmou que a divergência entre os depoimentos e os registros do caso comprometeram a “fiabilidade” da acusação.
A defesa da denunciante estuda recorrer, mas avalia os impactos do processo. A decisão gerou manifestações na Espanha. Na segunda-feira, grupos feministas protestaram em frente à sede do governo catalão contra a anulação da sentença.